quarta-feira, 4 de março de 2015

dores (d)atadas

O dia de hoje queria passar sem que eu desse conta da tua falta. O sol voltou, hoje, depois de alguns dias de chuva. Preencheste o meu dia, tu, sim... Tu que sabes bem da dor de me lembrar da saudade. Preencheste o meu dia na esperança dele passar sem que eu me lembrasse de ti. Se és transcendente e consegues tudo aquilo que queres, hoje falhaste. Não preciso de me lembrar que existe um vazio dentro de mim, porque eu vou saber sempre. Saber, sentir.... Mesmo que o tente 'apagar' ou amenizar. A dor é um estado de espírito que demora muito a conformar-se para depois se difundir com a nossa realidade. Saber carregar uma dor ao peito. Saber 'adormecer' a dor. Saber que ela está lá. Dói, e vai doer, desculpa que te diga, mas vai doer para sempre. É só mais um dia sem ti, não tem tanta importância, porque já não é 'mais um dia' contigo. Já não há mais disso. Há dias, há horas e minutos e todos esses espaços de tempo que têm feito questão de passar muito devagarinho, sem ti. Por isso, eu já não quero saber dos calendários, já não quero saber se hoje faz semanas, meses ou dias sem ti. Não são estes dias específicos sem ti que doem. São todos. Todos as maneiras de contar o tempo que me fizeram aperceber que, mesmo que conte, tu já não voltas em dia nenhum. Gostava que ficasses, mais um dia, mais uma hora, mas que ficasses.
Sei que hoje continua a contagem, no fundo, não continua hoje, continua todos os dias, desde que me lembro de ter saudades tuas. E continuo a ter. E vou ter sempre, só tenho a tua imagem guardada, com todos os traços da tua cara e todas as expressões. Guardo tudo, é quase tão real como se te guardasse a ti.
3...2...1, que venha mais um dia. Adoro-te muito.

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