Sempre percebi. Só não percebo porque é que, inconscientemente, ainda me sinto tão ligada a ti.
As palavras fogem e depressa me sinto num vazio onde não consigo perceber sequer o que estou a sentir.
E não é qualquer sensação que me deixa assim. Nem qualquer pessoa. Nem qualquer momento.
É sentir que a alma fica nua. E achar que devemos fazer o que nos está a passar na cabeça.
É o teu cheiro que colapsa o meu raciocínio.
E eu já começo a despedir-me dele.
A cada passo que damos para nos aproximar-mos, sinto que dou dois para me afastar. E eu não quero. Mas o amor não é tudo, e eu caminho na mesma. Não quero olhar para trás. Não quero olhar para ti. Eras a pessoa que dividia comigo as noites de devaneios. Éramos felizes. E eu continuo a caminhar.
Isto faz sentido?
Não quero que doa. No fundo, só pensamos na dor quando entendemos que não somos sempre felizes. Ou simplesmente, não sabemos lidar com as voltas da vida. Ou ambos.
Não sei se numa dessas voltas nos vamos cruzar de novo. Talvez até sejam as últimas vezes em que te sinto tão perto. E eu que detesto despedidas.
E não me digas que já estamos no limite, porque nós já tocamos no céu. É por isso que eu quero sentir-te, sentir-te mesmo por perto. Porque eu sei, um dia eu vou olhar para trás, e... por muito que eu procure. O teu cheiro vai estar longe.
Isto alguma vez fez sentido?
Sem comentários:
Enviar um comentário