sexta-feira, 11 de setembro de 2015

(con)fusões de consciências

"Deixa-me falar."
Aí tu deixas e eu digo tudo, menos aquilo que eu já tinha pensado dizer antes de te encontrar. Belo serviço, como se já não fosse assim desde a primeira vez que trocamos palavras pelo olhar. Acabei de  dizer tanta coisa e ao mesmo tempo não disse nada. Não sei se ainda tens a mesma paciência para me deixar voltar a falar e tentar que compreendas a minha cabeça.
O que eu te queria, e quero!, dizer é.... eu não sei como colocar dentro das palavras as sensações, os sentimentos. Estou outra vez a tentar que leias o que os meus sentimentos tentam expressar nestas palavras, que parecem que dizem alguma coisa mas só tentam, mas... achas certo?
Sensato? Leal?
Se os laços pareciam tão seguros, quase tão seguros como os abraços! Eu pensava que sim. Sempre suspeitei que fosses a sanidade da minha consciência. Por isso, eu não acho certo.
Acho que o que nos une, e faz(ia) de nós o que até hoje 'tentamos' ser, é a nossa insanidade. Insanos, mas sempre precisamos disso para sermos conscientes.
E a minha consciência sente, sente a ausência que a nossa amizade provocou. Queria tanto que ficasses, mesmo que a vida te leve para a frente, gostava que levasses contigo o que construímos juntos.
As palavras insistem em não traduzir 'ao sentimento' o que quero. Mas as palavras ajudam num desabafo meio sarrabiscado. Não me deixes dizer mais nada. Já não sei dizer nada.
Talvez quando reacendermos uma luz há muito apagada, possamos voltar a falar com os olhos, afinal, não eras tu a sanidade que me transmitias? Sinto saudades tuas, mas o meu orgulho não me vai deixar soltar muitas mais palavras, por isso, guarda estas.
Agora, não fales, as tuas melhores palavras sempre foram silenciosas.

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